segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Samba : Personalidades e um pouco mais

Tia Ciata nasce em Salvador em 1854 e aos 22 anos leva o samba da Bahia para o Rio de Janeiro. Foi a mais famosa das tias baianas do início do século (eram em sua maioria iyalorixás, que deixaram a cidade pelas perseguições policias que aconteciam em Salvador.), eram negras baianas que foram para o Rio de Janeiro em especial no final do século 19 e na primeira década do século 20. Sempre preservando sua cultura, em festas que realizava em sua casa, cheias de quitutes que deliciavam os amantes do samba. Foi em sua casa que se reuniram os maiores compositores e malandros, como Donga, Sinhô e João da Baiana, para saraus. A hospitalidade dessas baianas fornecia a base para que os compositores pudessem desenvolver no rio de janeiro, pois na Bahia o samba já existia há muitos anos atrás. A casa da Tia Ciata na Praça Onze era tradicional ponto de encontro de personagens do samba carioca, tanto que nos primeiros anos de desfile das escolas de samba, era "obrigatório" passar diante de sua casa. Tia Ciata também alugava as roupas de baiana para os teatros para que fossem usados como figurinos de peça e para o Carnaval dos clubes. Nesta época, mesmo os homens, se vestiam com as suas fantasias, se divertindo nos blocos de rua. Com este comércio, muita gente da Zona Sul da cidade, da alta sociedade, ia à casa da baiana e passando assim a freqüentar as suas festas. Era nessas festas que Tia Ciata passou a dar consultas, mesmo com o Candomblé sendo proíbido na época, com seus orixás. Sua casa é uma referência na história do samba, do candomblé e da cidade.

No ano de 1910 seu marido, João Batista da Silva, morre mas, Ciata já havia conseguido seu lugar no samba Carioca. Era respeitada na cidade, longe da realidade dos negros da sua época.Todo o ano, durante o Carnaval, armava uma barraca na Praça Onze, reunindo desde trabalhadores até a fina flor da malandragem. Na barraca eram lançadas as músicas, as conhecidas marchinhas, que ficariam famosas no Carnaval do Rio de Janeiro. Morreu então, em 1924, mas até hoje é parte fundamental da memória do samba. Curiosamente, existem pouquíssimas imagens de Tia Ciata.

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